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Mostrando postagens de julho, 2016

Life is but a dream

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5.25 da manhã. For the very first time in this adventure of living abroad again, ouço os primeiros early birds, trinados simpáticos nos dias que já se anunciam mais curtos... Logo, logo o calor e umidade dignos de Rio de Janeiro darão lugar ao divinal outono. Tive muitos sonhos interessantes durante a noite. Quando a melatonina funciona é assim: dorme-se menos horas, mas o sono é fecundo.  Nas oniricidades pintaram a amiga Mônica (Marisa, não fique com ciúmes, pois você ainda é o meu alter ego onírico). Mas talvez a resiliência de Mônica seja mais carecida nesse momento. Ou apenas seja tudo culpa do livro que ela me deu um pouco antes da mudança:"A amiga genial". Um turbilhão de evocações infantis e seus sentimentos hiperbólicos. Maravilhoso para qualquer pisciana. No sonho de Mô, ela tinha um chevette psicodélico pintado com um sol que escorria raios do teto, abraçando toda a lataria. Será eu me despedindo do verão escaldante? Sonhei também com meu chefe e

News and memories

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Thanks God Today is Friday, dizem os americanos e eu concordo. A manhã chuvosa prometia temperatura mais amena - ufa - e, quem sabe, um refresco nas confusões dos últimos dias... Parei em Chappaqua (nome indígena), vilazinha onde mora a futura primeira mulher presidente dos EUA (assim esperamos). O lugar é um primor!Por aqui, estou no clima da convenção democrata. Assisti aos discursos de Obama, Clinton, da filha Chelsea e também de Hillary. Não por inteiro, pois eles começavam muito tarde na TV e trabalho de gata borralheira é pesado demais durante o dia! Decidi entrar numa Rite Aid (fármacia). Toda aquela parte de maquiagem linda na minha frente e eu sem saber nada sobre ela... Help me, amiga Denize Caribé! Quais são as melhores compras pelos menores preços?  Então tento pegar um batom da Cover Girl do mostruário e quase o stand todo veio abaixo. Xi, mas quanta jequice... Prenúncio de mais um dia difícil? Ainda bem que não. Segui caminhando pela ruazinha principal

Animal bond

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Aventura de hoje começou com Romulito deixando Lady Frida, nem tão lady assim, rolar em cima de um côco alheio. Há muito ela não fazia isso, só que està estranhando a redondeza, assim como nós... Daí, ela ficou insuportavelmente fedida. Deixei o maridones na IBM, depois de descarregar os guris no Summer Day Camp, e fui atrás de um pet shop que desse banho... Não sei por qual esquisito motivo, duas grandes lojas que oferecem o serviço (que tem o nome de grooming) não estavam abertas para banhos e tosas today. Aí me falaram de mais uma,a PetCo, e eu fui até lá.  A funcionária, simpática, disse que estava completamente lotado. Eu tive de implorar exercendo todo o meu poder de persuasão em English. Bem, ela deve ter ficado com pena de mim ou do meu inglês e topou. Falou para eu retornar com a Frida às 11 sharp e que ela teria de ficar no canil esperando uma brecha. Pediu que eu levasse toda a documentação da cachorrinha também.  Resolvi voltar com a Frida caminhando, para que

Welcome aboard!

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Encontro bacana com os amigos de Floripa que estavam passando férias em NY Muitos amigos talvez não saibam que essa é a segunda vez que estamos morando no estado de NY. Da primeira, não tínhamos filhos ainda, o que facilitava bastante a vida! :) O visto que Bernardo obteve da primeira vez foi o J1 (e o meu J2), chancela autorizada para pesquisadores; para intercâmbio de conhecimento. Por isso, costumava brincar que éramos os Jecas 1 e 2. Agora temos jequinhas que estão vendo os pais cometerem jequices...  Vocês pensam que é piece of cake mudar de mentalidade, de cultura, de hemisfério, sem cometer nenhuma idiotice completa? Hoje, por exemplo, o carro alugado amanheceu com a bateria arriada. Logo hoje, que Tomás tinha o passeio mais aguardado do Summer Camp: um parque aquático. Lá fui eu ligar para um táxi e me fazer entender... Depois de minutos intermináveis, consegui deixar os dois no Summer Camp e Tomasito foi splash...  O começo é assim: sempre truncado, c

Crente que é Clarice (o texto)

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“Escrevo pela incapacidade de entender sem ser através do processo de escrever”. (Clarice Lispector) "Calmo, específico, genérico". Eis o laudo psiquiátrico do preso que nos escreve. Aproprio-me do resultado. Nesse momento estou específica e genérica porque nada é mais paradoxal. Calma, não sei. Melancólica, certamente. Especificamente o que faz a gente criar conexões reais com outras pessoas? A questão me intriga desde ontem à noite, quando recebi uma mensagem de antiga colega de trabalho. A convivência foi curta em contagem de tempo, mas deixou plantado o afeto que só me dei conta com a grata surpresa dela. Estranho os caminhos da afeição... Nunca fiz o tipo popular, apesar de nunca ter me faltado amigos. Minha crença é que sempre assusto mais do que agrego. Tenho espinhos tão pontudos! Mecanismos de defesa nefastos. Cachorro que late e morde. Lanço palavras como balas dum-dum no coração de gente de bem.  Mas eis que alguns bandeirantes me

Incompletude

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Sensação paralisante de estar esquecendo algo ou alguém importante. Como a tia mais amada que não está em nenhuma das fotos do álbum de casamento. Há coisas que não podem ser reparadas ou rebobinadas e o sentimento de irreversibilidade acua, amedronta.  Partir para o desconhecido nos coloca nesse momento-limite da divisão entre o antes e o depois. Nada, nada mesmo será como outrora. E por isso o outrora parece tão aconchegante, ainda que não seja. E o futuro parece tão apavorante, ainda que tenha tudo para não ser.  A dor no peito é quase real. As células do músculo cardíaco morrendo no sufoco da angústia. A decisão revolucionária de fechar a porta do lar e morar fora do país encontra paralelo com a gravidez (outro ato de extrema insanidade, sem chance de recuperação).  Todo mundo tem uma palavra amiga para dizer nessas horas. Todo mundo diz “tudo vai dar certo”, “vai ser ótimo”, “incrível”, “muito bom para vocês”, “queria estar no seu lugar”. “sua vida vai mudar