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Mostrando postagens de abril, 2016

"É preciso educar para a esperança."*

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Contra verdadeiras vocações, não há impedimentos. Filha de um casal de brasileiros de origem alemã, Zilda Arns Neumann foi a 13ª dentre 16 irmãos. Nasceu em Forquilhinha, Santa Catarina, no dia 25 de agosto de 1934. Em 1953, ingressou no curso de Medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR), atitude pioneira para uma jovem daqueles tempos: "Um professor me reprovou no primeiro ano, bem eu, sempre das primeiras da sala. Ele dizia que era absurdo uma mulher cursar Medicina. Mas virei pediatra, justo a matéria dele", contava dra. Zilda em algumas entrevistas que concedeu ao longo de sua consagrada carreira em prol das crianças e idosos carentes do Brasil. Assim como o irmão, Dom Paulo Evaristo Arns (93), arcebispo emérito da cidade de São Paulo, Zilda dedicou sua vida a levar esperança e dignidade às comunidades mais pobres do nosso país. Viúva, mãe de seis filhos (um deles morto ao nascer), Zilda se especializou em Educação Física e Pediatria Social, t

A passadora de luz*

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O sotaque é reconhecidamente francês, o nome também, mas não se engane: Marianne Peretti é a parisiense mais brasileira que existe. A artista plástica, de renome internacional, esteve no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em abril de 2011 para revisitar suas obras e avaliar a manutenção do legado artístico deixado em Brasília. A visita fez parte de um projeto intitulado Documento Marianne Peretti, em fase de produção pela B52 Desenvolvimento Cultural, que, em 2012, promoveu uma série de eventos, além de um documentário, para celebrar os 60 anos de atividades da escultora. “Estamos divulgando aqui no STJ, em primeira mão, os eventos que vão homenagear essa artista incrível que é Marianne Peretti. Ela já está trabalhando nas obras da exposição. E estamos produzindo, além do documentário, um livro sobre a trajetória dela”, explicou Tatiana Braga, diretora-executiva da B52.  Filha de pai brasileiro e mãe francesa, Peretti nasceu e viveu em Paris, onde estudou desenho e pin

Efeito Borboleta

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A palavra farfalla percorre toda a boca, estala nos dentes, excita a língua e saí liberta para o mundo dos sons harmoniosos e poéticos. É leve, é doce, evoca estrelas ou bolhinhas de sabão. Assim como o vocábulo pirilampo, que provoca saltitos luminosos no meio da noite. Vagalume, ao contrário, soa pesado e sombrio. Uma luz que se perde na escuridão sem alegria.  Borboleta é balofa, amorfa, pesada. Nada nos remete da fluidez do inseto que batiza. Tá mais para cargueiro do que para saveiro. Não que seja nome feio, não é. Mas não combina como farfalla , do italiano, essa língua afetiva e melodramática tão grata, prima-irmã do Português, que tem o seus ÃOS: zangões, balões, clarões. O ão é estranho, uma invenção que ocupa muito espaço sonoro e cria palavras monstruosas como diapasão e como Militão (sobrenome da família da minha mãe).  Não posso me esquecer de Assunção, sobrenome paterno que, se não chega a ser abrutalhado, também carece de suavidade. As palavras termin

Filosofadas e pataquadas

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Registros dispersos, porém reunidos, de uma patinha na lagoa... A palavra golpe foi muito bem pinçada dos porões da ditadura. Uma estratégia de marketing fantástica. Não vimos nenhuma movimentação das forças armadas, da PM ou de qualquer poder coercitivo com amplo uso da força bruta para que a palavra golpe seja evocada nesse momento político. O que temos é um rito, um processo com amplo direito de defesa e acusação. Se não há base para o impeachment, o correr do processo dirá. A Câmara pode aceitar e o Senado barrar. É a democracia em movimento. Os pedidos vieram de várias frentes, não é de um grupo isolado. Não é só de Cunha, o cramunhão, o próprio ovo do diabo (ou da serpente, para deixar as crenças de lado). É de outros setores da sociedade também. By the way, não acredito que Dilma perderá o cargo. Porém, o que mais deveria preocupar os brasileiros é: com o sucesso ou não do impeachment, como sairemos do lamaçal que nos encontramos? Como o país pode voltar a pensa