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Mostrando postagens de agosto, 2015

A alma do negócio

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O importante é nunca se esquecer do que é essencial. Eis a moral da história dessa nova versão cinematográfica de “O Pequeno Príncipe”. Mas fica a pergunta complicada: o que é essencial? A resposta pode representar exatamente o oposto, incluindo um sem fim de sentimentos e coisas.  Essencial é deveras abstrato, deveras pessoal. O filme tenta dizer que não. Que essencial é não se vender ao sistema capitalista voraz; não se esquecer da sua criança interior; não desdenhar os sonhos; não controlar a vida com mãos de ferro. Quem discorda? Ninguém, almeja meu eu utópico.  Mas fazendo uma filtragem menos óbvia, começa a confusão. O que é essencial para mim pode não ser para você. Onde estaria o essencial personalizado, o essencial “Itaú” - feito para você? Eis o pulo do gato.  Provavelmente para a mãe sentada na mesma fileira do que eu e que não largava o celular, o essencial estava muito longe dali e, talvez por isso, a filhota não parasse de falar tentando lhe resga

Para todas as outras coisas existe Mastercard

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Ele está sentado ao meu lado, mas não está ali. Seus pensamentos focados na conversa com os os amigos no whatsapp ... Encaro e admiro o perfil do meu filho. Tão límpido; tão bonito. Ele sente a pressão dos meus olhos sobre ele:  - O que foi, mamãe?  - Tomás, Tomás...  - O quê?  - Você está crescendo. E eu não posso fazer nada além de me conformar...  Vida de pai e mãe: o conflito de preparar o solo para amadurecer uma alma que você quer que permaneça infantil. Não por superproteção, mas por super afeição. Daqui a pouco não poderei mais vê-lo pelado, beliscar seu bumbum ou fazer ataques de beijos no sofá.  Ontem foi ele quem me devolveu a chuva de beijinhos e quase me machuca com sua força, hoje mais perto da potência de um homem feito.  - Ei, assim não vale, você já está ficando muito mais forte do que eu!  Vai dormir e ainda responde “também te amo, mamãe, tenha sonhos coloridos”. Sabe-se lá até que mês. Outro dia, papeava com uma misteriosa

Experimento

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O tédio pode ser fonte criadora. Literalmente de papo pro ar, me deparo pela primeira vez com o texto, digo, o teto branco e suas rachaduras. O fluorescente das longas lâmpadas espirra sua cegueira, mas me recuso a atender aos apelos dele. E aí experimento digitar olhando para o texto, digo, teto. O supremo teste das aulas de datilografia: digitar com os dez dedos sem olhar para o teclado. É divertido, é anti-Alzheimer. Daqui a pouco eu olho pra saber o quanto deu certo. Tem um buraco no texto (ato falho de novo), um buraco no teto! Um vão, uma calha pra dentro. Será que vai chover em mim ou vão cair folhas secas? Nessa época do ano em Brasília só folha seca mesmo. Volto a olhar para a tela e há uma dúzia de grifos vermelhos. Passei no teste! Alzheimer belamente digitada sem um errinho sequer olhando para o teto! Concluo que digito bem em qualquer posição. Se bem que ainda não testei usar o teclado e o kamasutra simultaneamente. Ainda dá tempo! Afinal, ralo no Pilates para q