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Mostrando postagens de agosto, 2011

Ainda tão longe e tão perto...

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Essa história eu precisava ter contado antes, mas as loucuras da vida foram se apresentando e agora voltei a lembrar dela. Para quem me acompanha desde o blog do Vicente, quando iniciei - por convite dele - a narrativa dos meus não-acontecimentos diários, talvez recorde de um texto que escrevi chamado "Cidadãos invisíveis?". Andei com esse texto impresso no carro por dias, semanas, meses... Sempre à espera dela, a mulher "invisível" (nada a ver com a Luana Piovani, please). Eu precisava, muito, oferta-lhe aquele texto, que era sobre ela, para ela. Já havia perdido a esperança de reencontrá-la. E eis que, em janeiro deste ano, saindo de um café com os amigos Thoróh e Elisabeth, na Chocolates Stans, eu a vejo do outro lado da rua. Determinada no seu passo-ninfa, indo para sei lá onde. Em debandada, corro para o meu carro. É preciso alcançá-la, a mulher de longos cabelos prateados. A personagem surreal da minha história... Esbaforida, chego ao seu encalço: e agora

Desvirginada

Me amarro nos processos de estrear em algo nunca feito antes. É como propõe uma dessas palestras edificantes da internet: "tente, em 30 dias, fazer algo diferente, algo inédito". Para mim isso não é problema, pois eu sempre me permito desbravar uma seara desconhecida. Tudo o que eu menos gosto nessa vida está incluído na palavra rotina. Não que eu queira viver emoções ilimitadas o tempo todo, não é isso. Não sou uma viciada em adrenalina. Mas tenho o bichinho da aventura passeando nas veias. Fuçar, eis algo muito meu. E numa dessas incursões ao ainda não experimentado, participei de um curso mulherzinha de automaquiagem. Afinal, nunca é tarde para aprender que corretivo não é só palmada na bunda dos guris, né? Pois não é que funciona... (os dois tipos de corretivo, diga-se de passagem). Adorei descobrir que existe correção para as marcas de olheira e, mais especificamente, para as marcas dos óculos nas laterais do meu nariz. Sempre me debati com essas tatuagens nasais invo

Como manda o figurino

"Uma avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. As avós não têm nada para fazer, a não ser estarem ali. Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam nas flores bonitas e nem nas lagartas. Nunca dizem: Some daqui!, Vai dormir!, Agora não!, Vai pro quarto pensar! Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem abotoar os nossos sapatos. Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou então, uma fatia maior. Só elas sabem como ninguém a comida que a gente quer comer. As avós usam óculos e, às vezes, até conseguem tirar os dentes. As Avós não precisam ir ao cabeleireiro, pois estão sempre com os cabelos arrumadinhos e cheirosas... não precisam de chapinha. Quando nos contam histórias nunca pulam partes e não se importam de contar a mesma história várias vezes. As Avós são as únicas pessoas grandes que sempre têm tempo para nós. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós. Todas as pessoas devem fa

Depois de um longo e tenebroso inverno...

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Promessa cumprida! Um pouco do nosso novo lar para vocês, que estiveram aqui acompanhando o Diário da Argamassa. Agradeço a todos pelo carinho e pela torcida. E, assim que poeira abaixar - literalmente - a gente começa a fazer umas festinhas de inauguração... Fazendo pose no taco de madeira Cumaru Cozinha com charminho de "casa da vovó" O papel de parede rendado que minha mãe iria amar Armários novos!! Ufa!! Lavabo com chuveiro, para receber os amigos do mundo Minha sala virou um latifúndio! (Que o MST não nos veja...) Luminárias direto de Sampa. Fofas, né? Oratório para receber São Judas e São José e quem mais chegar... Um quarto sempre amanhecendo... Romance na suíte de casal Agora já com os móveis e a sonhada rede do Bernardo Afinal, filho de piauiense, piauiense é!!! Cozinha em ação... Falta ainda a mesa da copa. Mucho me encanta essa nova megasala E pensar que em junho estava tudo assim...

A posteridade de alguns minutos

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Quem acompanhou o Diário da Maçã recorda eu ter escrito que não havia me tocado da importância da data histórica – dez anos do atentado ao WTC – quando agendei minha viagem de dez dias para Nova Iorque. Mas foi interessante essa coincidência do destino. Ou talvez não tenha sido coincidência, mas algo que está relacionado à minha passagem nesta encarnação... Vai saber... Acho que vou estar para sempre ligada a esse acontecimento histórico balizador do mundo contemporâneo. Eu sou demais!:) Semana passada, Bernardo e eu demos uma entrevista, por telefone, para a Rádio Câmara sobre as nossas impressões daquele 11 de setembro. O que a gente viu, sentiu, aprendeu, colheu. Foi interessante reviver tudo aquilo. Intrigante ver como a experiência foi diferente para o Bernardo, um tanto distante e pouco emotivo sobre o fato, relatando calmamente e sem grandes dores no peito o que se passou para ele naquele dia; do meu relato, que continua profundamente passional até hoje. Mas eis que ness

Imitação barata de Alice

Num dia sombrio de inverno paulistano, Dani dormiu no Brasil e acordou no planeta Cloing. Ao abrir os olhos, Dani não viu a confortável imagem de seu quarto bagunçado: cuecas de um lado, meias do outro. Sua mãe não bateu na porta com a pontualidade habitual: “hora de acordarrrrr! Você vai ser atrasarrrrrrrr! Devo estar sonhando. Só em sonho a gente dá de cara com uma placa: Bem-vindo a Cloing – Aqui cultivamos a criatividade e a pluralidade de ideias. Mas Dani não dormia e, assustado, constatou que tinha ido parar em outra dimensão. Começou a caminhar meio ressabiado, olhando para a direita e para a esquerda, pé ante pé, quando uma sombra imensa se aproximou. Dani olhou para cima e imediatamente entrou em choque diante da imagem: um enorme peixe voava sobre a sua cabeça. Nem uma baleia poderia ser tão descomunal. Mas que loucura era aquela? O peixe abriu a boca cheia de dentes enquanto Dani paralisado de medo tremia. “Ou eu acordo agora ou morro devorado”. Mas nem deu tempo de na

Caba não, mundão!

Deu no Blog do Xexéu que a Universidade da Califórnia elaborou pesquisa para saber qual é o filme mais triste de todos os tempos. Sagrou-se vitorioso “O Campeão”, de Frank Zefirelli. Mas é que eles ainda não rodaram nenhuma cena desesperadora de mudança assim ó: mãe de dois meninos pequenos acorda após um sono nada restaurador e, insone, se depara com 343 caixas enormes de papelão sujo para desbravar no meio da sala. No meio da sala não, na sala toda. Mulher senta no chão coberto de pó e chora. The End. Aposto que mulheres de mamando a caducando demarrariam rios de lágrimas no escurinho do cinema. Não sei se “O Campeão” é o filme mais triste de todos os tempos. Verdade que é daquelas películas de dar nó no coração. Mas todas as listas são, de certo modo, subjetivas. Mesmo essa que diz ter um viés científico. Tudo depende do referencial do telespectador... O que é muito triste para uns, pode não ser para outros. A bagagem pessoal conta muito no tipo de impacto que certas cenas causam

Fiu-Fiu!!!

Fui ver Achei que engordei alguns quilinhos Tentei a calça jeans que eu gostava Da época da minha adolescência, ascendência, sei lá Saí Pensei: sou carta fora do baralho Ou essa calça jeans é de infância Ou eu engravidei nos meus quadris Ave, chavê, vixe Eu passei por uma construção Várias sacolas na mão Um peso e um passo, um passo, um passo, um passo Ih, ouvi um assovio, que distraiu o peso Me mudou de lugar, aha Cantada barata Reta sem palavra Passarinho bom Engenhosa técnica, poeminha em música Ele me ganhou Mais que um hino de futebol Canarinho, Clássico desafio de domingo Literatura de cordel Amarrada em meu vestido Ele me ganhou Canarinho Mais que um hino de futebol Nunca mais eu ouvi Que perigo Literatura de cordel Tatuada em meu tornozelo Ele me levou Livre Mas não tão leve como no passado Não posso, mas adoro porcaria Adoraria ser que nem palito, mastro, cetro, poste Homens Nós não nos entendemos como antes Eles adoram mulheres air bag E

Tem hora que nem escrever alivia

Aquele papo de "brasileiro não desiste nunca" até que é verdade, né? A gente está sempre achando que tudo vai dar certo. Até mesmo eu, uma Polyanna sombria, comentei há alguns dias que o Rio estava melhorando... Que a cidade maravilhosa estava conquistando o posto que lhe é devido: cartão postal do melhor do Brasil.  Não quero o restante da letra da Fernandinha Abreu: "capital do sangue quente do melhor e do pior Brasil". Quero sempre apenas o melhor para o Rio, pois a cidade é a nossa mensagem para o mundo. Se o Rio falha, todo o país falha. E, de repente, o sequestro daquele ônibus seguido da execução de uma juíza criminal... Nos dois casos, a participação abjeta da polícia. Essa instituição que deveria existir para nos proteger.  No sequestro, policiais mal treinados não hesitaram em atirar para matar. O alvo: um ônibus lotado de cidadãos exaustos após mais uma dura jornada de trabalho. Na execução da juíza, policiais corruptos e assassinos tramam com a máfia d

Micos Turísticos parte II

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Para vocês não dizerem que foi história de pescador... Outro ângulo da cilada Ok, não se desesperem!! Não vou me especializar em fazer N textos sobre o mesmo tema. Mas há ainda alguns micos turísticos dignos de nota para compartilhar com vocês. Provavelmente a última vez que eu usei um orelhão Pelo menos o paraíso valeu a pena. Ai, como eu tava gostosinha... Bons tempos! Adorável, adorável e adorável o “Meia-noite em Paris” do Woody Allen. Quem não queria ter um carrinho daqueles, capaz de nos levar ao encontro das nossas referências, dos nossos ídolos? O que seria de mim numa mesa com Drummond, Quintana, Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Cartola, Noel, Cecília, Tarsila do Amaral, Truman Capote, Sidney Pollack, Tolstói... Tantos caras fenomenais, admiráveis!! Eu, que sou nostálgica por natureza, aprendi uma lição junto com a personagem principal do filme, não por acaso um cara que quer ser escritor de romances (qualquer semelhança...): o presente pode pare

Micos Turísticos

Meu primo Júnior cansou de ler sobre as minhas viagens cor-de-rosa e sugeriu um post sobre os micos turísticos. Mas sabe que a gente nem passou por tantos assim, dado o número de lugares visitados? Interessante... Ou temos sorte ou sabemos planejar a programação como ninguém. Ou uma mistura das duas coisas, provavelmente. Porque isso é algo que a gente sempre faz: programar com antecedência, checando guias turísticos como o Quatro Rodas e sites de viagem, além das cotações de hotéis, restaurantes e lugares por parte de quem já esteve lá. Dicas dos amigos também são materiais valiosos, sempre bem aproveitados. Mas é claro que ninguém é infalível e algumas furadas rolaram... A primeira delas, remete à minha infância. Nem sombra do Bernardo à vista. Mamãe e a filharada em Caldas Novas. O dinheiro era muito curto, escasso. Estávamos hospedados nuns quartinhos de fundo de uma casa, se não me falha a memória. O calor era de matar. E o primeiro trauma de viagem registrado: furtaram dois

Diário da Maçã – Dia Dez - The End

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Acabou-se o que era doce. Acordamos em pleno 4 de julho dizendo adeus ao american way of life. Dez dias passam rápido, não? E parece que foram 30, de tanta coisa bacana e inesquecível que fizemos juntas, minha irmã e eu. Foi uma viagem de fortalecimento dos laços fraternais. Da última vez que compartilhei férias com a minha irmã mais velha eu tinha 15 anos... Tanta água rolou por baixo daquela ponte e hoje eu me vejo mais próxima dela, em experiência e amizade. Agora podemos conversar de igual para igual e discutir nossos casamentos, nossos filhos, nossas saudades da mamãe, nossas tristezas e novidades. Somos amigas de fé, de sangue, de vida... Irmanadas também nos sorrisos Na segunda de feriadão da independência ainda fomos comprar umas lembrancinhas tipo I love NY. Chaveiros, bolsinhas... Sempre rola um amigo, um colega de trabalho, um sobrinho... E todo mundo gosta de ser lembrado, certo? Mas cuidado: essas lojas de souvenirs praticam preços bem díspares. O mesmo chaveirinho

Diário da Argamassa – última semana

Pois é, as andanças em NY me fizeram colocar de lado as peripécias da reforma. Uma espécie de mecanismo de defesa, sabe? Aquele lance de melhor não pensar, de negação, entendem? Mas ela sempre esteve ali, durante esse tempo todo. O prazo de entrega do apartamento era fim de julho. Claro que atrasou e será entregue agora, na marra, em meados de agosto. Para ser exata, a gente volta para o nosso novo-velho apê no próximo fim-de-semana. Confesso que ainda não estou acreditando que aquela bagunça toda vai estar em ordem em cinco dias... Acho que meu marido enlouqueceu, surto típico de quem passa cinco meses sob a labuta de pedreiros, pintores, gesseiros e lojas de materiais de construção. Mas Bernardo garante que a equipe vai dar conta e que tudo vai ficar pronto para a gente retornar, enfim, para a nossa casa. Que está ficando bem bacana! Sacrifício muito válido ficar na carestia até o ano que vem. Tivemos de pegar um empréstimo consignado para pagar o restante da obra... O orçament

Diário da Maçã - Dia Nove

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No comentário da amiga Patty há um questionamento: “é comum, no estrangeiro, as pessoas falarem com você na rua?” Com base na minha pequena vivência global, eu diria: é comum as pessoas falarem com estranhos na rua em Nova York. Nas demais cidades que eu visitei em Portugal, Espanha e Alemanha, e até mesmo nos EUA, não senti essa espontaneidade por parte da população. Digamos que seja o lado carioca de Manhattan... Ali as pessoas estão mesmo dispostas a entabular uma conversinha sobre qualquer coisa. Vou confessar uma vaidade besta: um dos motivos de eu gostar muito de NY é que lá as pessoas me notam. Isso é bacana demais! Acho que a minha estampa “exótica” cai como uma luva para essa cidade sem fronteiras. Estou sempre recebendo elogios pelas ruas de Manhattan... Ás minha roupas e, é claro, às minhas tatuagens. Os new yorkers entendem e admiram uma tatoo bem feita. E tatuagem é o que não falta na pele clara da galera. Fui parada diversas vezes por pessoas que queriam saber o porq